5 de jul. de 2013

Idioma coreano

O coreano é uma língua completamente peculiar e a única falada (e adotada oficialmente por um país). 100% inventada por uma pessoa, o rei Seojong (Dinastia Joseon), com uma data de surgimento precisa: em 09 de outubro de 1446.
Antes de inventar o alfabeto coreano, o povo daquela região falava uma língua que advinha do chinês, com modificações de estrutura gramatical e ordem das sentenças. Escrever, por outro lado, era privilégio dos mais nobres, que se utilizavam da complexa escrita chinesa, ou seja, dos caracteres chineses.
Dessa forma, qualquer ordem estratégica militar escrita que caísse em mãos chinesas era facilmente decodificada pelo inimigo. Seojong então resolveu criar uma forma de escrever única, que apenas os habitantes do então reino de Jeosong pudesse entender. Inventou o hangul (ou hangeul), o alfabeto coreano. 
O coreano é um idioma de lógica muito simples, entenda-se. Composto por vogais e consoantes, como o nosso, e palavras formadas por sílabas, exatamente como as nossas. Embora a aparência pareça complicada (pelo menos nos olhos ocidentais), é das línguas mais lógicas do mundo.
Seojong teve a preocupação de desenhar cada letra responsável por um som de acordo com o formato anatômico que a língua, a garganta, os dentes e a boca fazem ao pronunciarem aquele som. Ou seja, o hangul é um alfabeto totalmente baseado na fonética - suas letras (os jamos) são desenhadas pela fonética, usando tracinhos e bolinhas (essas últimas representam o som mudo, tipo "h" em "hotel"). Por exemplo, o som do "G" é representado pela letra "ㄱ", que é um diagrama básico da anatomia da língua em relação à garganta quando sai o som "gá". 
O alfabeto tem 14 consoantes e 10 vogais e 11 ditongos (considerados como 1 letra), e as sílabas são sempre formadas por pelo menos uma consoante e uma vogal, desenhadas dentro de um quadrado imaginário que delimita a sílaba. Há também as "letras duplicadas", que seria mais ou menos como nossos "rr" ou "ss", mas com outros sons (em geral dando mais força à letra única que representam). 
Uma vez que você aprende as letras, você vira criança de 5 anos aprendendo a ler: para em frente a uma palavra e leva 30 segundos para falar uma sílaba, juntar letra a letra que acabou de memorizar com o som correto. Leva um bom tempo para conseguir ler um pouco mais rápido. Só a prática te permite isso. 

Observações importantes

- O hangul não tem fonemas para "V" nem "F" - esses sons não existem na língua. Portanto, toda vez que eles precisam traduzir pro coreano uma palavra com uma dessas letras, eles colocam "B" ou "P". Exemplo: "fork" vira "pork" e "video" vira "bideo".

- Vale lembrar mais uma vez: apesar de tudo parecer um monte de bolinhas e tracinhos, o coreano usa letras, enquanto o japonês e o chinês escrevem por ideogramas.

- Não existem adjetivos, mas verbos com significados de adjetivos que pode ser usado tanto como um verbo como um adjetivo.

- Não existe artigo (o,a,os,as, etc), gênero (feminino/masculino), flexões (eu vou /tu vais/ele vai,etc.). Há uma extensiva conjugação verbal indicando tempo (passado/presente/futuro) e nível de discurso (informal/polido/honorífico)

- Os coreanos usam termos próprios para irmãos mais velhos, irmãos mais novos, tios, avós, chefe, professor em vez de usar o pronome 'você'. Eles costumam também chamar alguém de tio/tia/avô/avó ou irmão mesmo não sendo parente. Muitas coreanas chamam seu namorado de Oppa (significa irmão mais velho).


fonte ~ luciamalla.com
            101languages.net

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